quarta-feira, 29 de junho de 2011

11 - a guarita e o jardim ampulheta



a guarita



o jardim ampulheta, com a guarita ao fundo


detalhe do jardim ampulheta


sob o jardim, a urna contendo seus objetos


enquanto a guarita de desfaz em ruínas, o jardim cresce.
sob o jardim, fiz uma urna, com tijolos maciços, e dentro dela depositei 3 vasos de planta, feitos com a terra do buraco compactada; depositei também a forma que deu forma aos tijolinhos e uma camiseta suada. quero a guarita arruinada e que o jardim ampulheta permaneça, resistente, medido o tempo. acredito que o ficus, plantado no jardim, irá abraçar a urna, se não destruí-la. também plantei espadas de São Jorge, para evitar o mau olhado.

a urna da série construindo ruínas



sábado, 11 de junho de 2011

Ruína - de Manoel de Barros

Um monge descabelado me disse no caminho: Eu queria construir uma ruína. 
Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução.
Minha idéia era fazer uma coisa com jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. 
Porque o abandono não pode ser apenas um homem debaixo da ponte, mas pode ser também um gato no beco ou uma criança presa num cubículo. 
O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. 
Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (o olho do monge estava perto de ser um canto.) Continuou: digamos a palavra AMOR... A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. 
Queria construir uma ruína para salvar a palavra amor. 
Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo.
 E o monge se calou descabelado

domingo, 5 de junho de 2011

10 - Construindo Ruínas Parte III - o filme

9 - Início da construção


















foto: renato slot


cão de guarda voluntário


paredes subindo. os tijolos são assentados com lama, ou seja, terra e água. nada mais. a parede é bem fina, pois os tijolos são pequenos. 
mais um sinal de fragilidade.
conforme o buraco afunda a parede sobe, vetores apontando em direções opostas.
........
quando cheguei com os tijolos havia uma família de cães vivendo no buraco. no nosso primeiro contato provaram que também são capazes de vigiar. me disseram isso latindo bem alto.
fingi não me importar e iniciei a construção das paredes. 
se acalmaram e aos poucos aprendemos a conviver no mesmo terreno. levei ração: nos tornamos bons amigos.




8 - Incêndios no terreno


incêndio realizado em colaboração com C. L. Salvaro

controlar o fogo... o poder do fogo.
lancei a pedra fundamental da guarita, uma espécie de ermida. 
ao redor, fogo, sinalizando presença e atividade. 
se fosse um escorpião se mataria, penso. 
levantando suspeita dos vizinhos, eu, que sou o dono da guarita, sinto-me vigiado. 
mas o fogo é controlado... é fogo de palha.
estamos apenas desenhando.

Incêndio no terreno - o filme!